Análise – ‘Battlefield 1’ regressa à 1ª Guerra Mundial e acerta em cheio

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Categoria: Artigos, Games, PC, PS4, Review, XBOX ONE

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Trincheiras banhadas de lama, personagens marcantes, narrativas e ambientações distintas – e olha que nem falamos do modo multiplayer: Battlefield 1 é um deslumbre sem precedentes em todos os aspectos. Confira nossa análise:

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Ao longo dos anos, a série Battlefield procurou cavar seu espaço em um ambiente hostil, recheado de obras que sempre estiveram no panteão dos jogos com visão em primeira pessoa. Wolfenstein, e até o finado Metal of Honor protagonizaram uma época onde falar de guerras mundiais era uma tendência. Uma boa tendência.

Call of Duty também se apossou da ambientação – se tornando posteriormente um dos maiores fenômenos de venda de todos os tempos avançando  apostando em uma jogabilidade rápida ao lado de vários saltos temporais falando sobre guerras em diferentes épocas (Call of Duty: Black Ops, jogo mais vendido da série com um total de 30.5 milhões de cópias vendidas).

Em meio a isso, temos o ‘campo de batalha’ que literalmente travou uma guerra ao longo dos anos. De Battlefield 1942 ao então Battlefield 1 muita coisa aconteceu, e isso é importante, sua jornada é importante. Por quê? Porque hoje podemos afirmar que estamos diante de um dos maiores títulos de guerra já feitos, e uma das obras mais ricas que retrata tempos tão obscuros, sangrentos e tristes com um nível de detalhismo nunca antes visto visualmente.

E a pergunta que fica no ar é: quais motivos eu tenho para não aproveitá-lo? Nós não sabemos ao certo, mas você conhecerá as razões pelas quais ele é tão bom em tudo que propõe:

“Battlefield é baseado em fatos reais, ocorridos há 100 anos”

Battlefield 1 apresenta aos jogadores um modo campanha diferenciado – dando aos jogadores agora uma oportunidade de entender histórias por perspectivas diferentes. Pense em Valiant Hearts: The Great War (Ubisoft) e logo entenderá o nosso ponto; então sim, temos aqui uma enxurrada de histórias e registros históricos que não só colocam o jogador em um carrocel de emoções como entregam relatos reais – uma observação que dá ainda mais credibilidade a tudo que está acontecendo – mesmo que estejamos diante de uma narrativa feita especialmente para o título abusando de um grande evento.

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Se em Battlefield Hardline grande parte dos fãs torceram o nariz tanto com a proposta quanto com a narrativa entregue pelo mesmo estúdio de Dead Space (Visceral Games), definitivamente o mesmo não pode ser dito aqui.

Ao todo são 5 histórias separadas com cerca de 1 hora e meia de duração cada, e mesmo embora nenhuma das narrativas tenham uma ligação direta, há um grande sentimento que permeia por todas elas: o de estar em uma guerra implacável.

Durante cerca de 7 horas, os jogadores irão explorar desertos, cenários costeiros, as montanhas elevadas do Monte Grappa, fortalezas, ambientes navais, florestas, palácios franceses e cenários urbanos – todos proporcionando momentos únicos que farão com que o jogador sinta uma frequente sensação de frescor.

Interagindo com as trincheiras

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Em pose do moto gráfico Frostbite 3 – mesmo de Star Wars: Battlefront, aqui temos um deslumbre tanto visualmente quanto em termos de jogabilidade. É possível fazer todas as ações vistas em títulos anteriores da franquia – porém há um senso muito maior de grandeza presente em todos os cantos onde o jogador irá interagir com situações que nunca foram antes sentidas em tamanha escala.

Objetos explodem, navios afundam, aviões caem, prédios são completamente destruídos, e tudo isso é apresentado de tal forma que podemos sentir cada um deles singularmente, não caindo na velha “explosão de papelão” onde detalhes próximos são ricos em detalhes, mas em escala maior objetos secundários e terciários perdem o nível de esmero.

Pequenas minúncias dão mais vida e importância a tudo: se estamos em um ambiente de chuva, sua arma provavelmente ficará enxarcada; se estamos em trincheiras, há uma grande probabilidade de sua Baioneta se banhar de lama.

A grande sinfonia da guerra

A guerra para acabar com todas as guerras pode ter sido uma grande mentira, mas o mesmo não pode ser dito da trilha sonora que acompanha todas as historias aqui. É simplesmente uma catarse se compararmos com Hardline, uma total libertação que não só nos ambienta como nos traz o herói que há dentro de cada um de nós.

Emocionante, tocante, impressionante. Não há como definir melhor faixas que conseguem contextualizar tão bem cada aventura ou momento de profunda depressão.

Produzidas pelo aclamado compositor Johan Soderqvist e Patrik Andrén, Battlefield 1 certamente atingiu seu ápice aqui, e isso por sí só deve ser mencionado com muito orgulho.

Dublagem competente

Se há um grande elogio por parte da trilha sonora, o mesmo pode ser dito (em doses menores) quanto a sua dublagem – aspecto que nem sempre consegue grandes avaliações positivas uma vez que poucas empresas contratam estúdios que escalem vozes marcantes e que consigam incorporar de vez os personagens da trama.

Estamos diante de um trabalho belo e cheio de nuances que encontram seu lugar em meio a momentos dramáticos, emocionantes e tristes.

64 jogadores em um mesmo ambiente? Pode acreditar que sim

É dito que o grande chamariz por trás das maiores franquias de FPS reside em seu modo para multijogadores. Com uma grande tradição em entregar grandes experiências, a DICE preparou para Battlefield 1 exatos 6 modos de jogo que propõem vertentes diferentes do cenário competitivo.

Além do clássico Conquest (32 vs 32) onde os jogadores devem disputar zonas, agora temos Operations (Operações) que permitem uma ação em conjunto permitindo que equipes façam literalmente jornadas baseados em mapas da Primeira Guerra Mundial.

E é justamente aqui que encontramos algo que se destaca perante a mapas de mata-mata (Team Deathmatch), recorrentes na série. Tais missões se estendem por horas sempre proporcionando momentos únicos.

Modos clássicos voltam como o Dominação (capture pontos de controle em partidas 12 vs 12).

Outro destaque fica por conta do modo War Pigeons (Capture o Pombo), onde cada equipe fica responsável por pegar um pombo e enviar uma mensagem através dele para acumular pontos – a proposta pode parecer estranha, mas na prática funciona.

Vale mencionar que agora temos à disposição veículos e montarias – o que adiciona muito em termos de mobilidade; seja estando em um tanque de guerra, avião ou cavalo, cada um traz seu próprio peso, proporcionando uma reviravolta nos campos de batalha, ou uma chance de fuga.

Acumular experiência não é tão simples

Não espere evoluir rapidamente no modo multiplayer de Battlefield 1, isso porque o ganho de XP a cada partida ganha é drasticamente menor que em outros títulos numerados da franquia – o que pode fazer alguns fãs torcerem o nariz já que melhorar seu personagem não é mais tão simples como anteriormente. De toda forma, nada que futuras atualizações não resolvam – se é que isso pode ser considerado um real problema a ser investigado.

Vale a pena?

É difícil descrever o quão emocionante e impressionante se aventurar em Battlefield 1 pode ser. Com uma fórmula já testada a aprovada, desta vez podemos enxergar nitidamente todas as evoluções sofridas pela série, que ganhou mais uma vez um membro de ouro para a família.

Battlefield 1 como jogo é divertido, desafiador, e incorpora uma campanha que ultrapassa todas as expectativas anteriormente investidas conjecturando qual linha a DICE seguiria com o título.

Com pequenos bugs que foram reduzidos drasticamente se comparado com o período beta, talvez a maior dor de cabeça esteja no modo multiplayer, onde notamos um frequente ‘lag’ devido ao número de jogadores e instabilidade dos servidores da EA Games.

Felizmente, podemos dizer que a desenvolvedora conseguiu entregar um de seus melhores títulos – e certamente um dos melhores shooters da atualidade. Se você é apaixonado por guerras, não há para onde correr, as trincheiras serão sua nova morada.

Nota: 9.5

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