Análise – ‘Watch Dogs 2’ é a redenção da Ubisoft perante seus fãs

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Categoria: Artigos, Games, PC, PS4, Review, XBOX ONE

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Com um passado conturbado que afetou diretamente a relação de expectativa com sua sequência – a Ubisoft com uma campanha tímida e pé no chão solta um de seus títulos mais honestos e divertidos dos últimos anos, conheça Watch Dogs 2:

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Repaginando não só visualmente como também em seu âmago, ao que parece o efeito Assassin’s Creed ganhou um novo irmão de sucesso – e com o número “2” estampado em uma continuação repleta de temores – Adam Pierce dá lugar ao cômico e ‘zoeiro’ Marcus Holloway, e o resultado não só nos encheu de felicidade como provou que ainda existem empresas comprometidas com seu público.

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Logo de cara notamos as mudanças – e elas não são poucas: trocando a metrópole com clima de interior pela populosa e colorida São Francisco, a sensação de estar em um grande playground contextual é extremamente presente em cada câmera, carro e celular portado por um cidadão contendo dados sigilosos.

O ritmo do jogo é rápido, e já nos primeiros momentos temos a introdução do protagonista ao grupo de hacktivistas aDeadsec. Aqui, se você já passou pelo primeiro game vai se sentir em casa quanto aos comandos que foram simplificados e facilitados para que até mesmo um novato em poucos minutos já esteja abusando das habilidades de Marcus.

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Em todo caso, o que não faltam aqui são refrescos e novidades: agora temos a possibilidade de utilizar Drones durante a aventura e podemos adiantar que eles são extremamente úteis seja para visualizar uma área ou para preparar um plano perfeito. Em diversas ocasiões podemos até mesmo realizar missões inteiras com o veículo aéreo não tripulado.

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As missões do game estão mais divertidas e quanto a isso não temos quaisquer dúvidas: fazendo um paralelo, o primeiro título sofria pela falta de variedade além de demandar um esforço para desbloquear novas áreas de Chicago, algo que nem todos se agradaram. Fica de fora a burocracia por trás do desbloqueio de novas áreas por uma São Francisco aberta desde o começo.

Apesar dos pesares, não pense que WD2 coloca seu irmão mais velho na sombra por completo: sentimos falta de conclusões presentes no primeiro títulos tais como as divertidas perseguições de carro utilizando a cidade a seu favor – seja atrapalhando o trânsito, fechando semáforos ou realizando o famoso ‘apagão’, detalhe que dá mais impacto e prova que suas ações têm relevância numa escala maior.

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O fato é que na sequência pudemos constatar uma divisão mais diversificada na árvore de habilidades do personagem, e isso é um ponto-chave pois agora cada linha pode contemplar estilos díspares de utilizar o hacking, permitindo abordagens totalmente diferentes de acordo com o caminho que o jogador optar por seguir.

Outro detalhe é que o leque de skills aqui é tão grande que provavelmente você irá terminar o título sem masterizar todos os conhecimentos e recursos do personagem. Infelizmente, embora o raio de liberdade no que diz respeito a hackear coisas seja muito maior do que o predecessor, reiteramos que o aspecto ‘usar a cidade a seu favor’ foi um pouco reduzido, e sentimos isso.

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Já citamos acima que o visual do game mudou, e não foi pouco: a cidade parece viva e os NPCs estão muito bem elaborados. Desta vez parece mesmo que cada um tem sua vida e está seguindo para seu destino e não apenas andando na rua aleatoriamente, tanto é que com os novos comandos você consegue interagir seja dançando, tirando selfies ou até mesmo mostrando por exemplo… o dedo do meio, deixando algumas pessoas bem irritadas e gerando algumas cenas engraçadas.

Andando por São Francisco você também irá esbarrar com cantores, artistas de rua, pessoas mexendo em celulares, comprando coisas, fazendo alongamento além de vários outros grupos realizando ações diferentes – nos imergindo naquele lugar como se realmente estivéssemos em um ecossistema vivo e pulsante. Por conta disso, facilmente você irá tirar algumas horas do dia apenas explorando este belíssimo lugar – o que por si só já conta como um ponto muito positivo. Watch Dogs ainda não tem um mundo aberto com escala astronômica, mas o tamanho da cidade satisfaz para o produto oferecido pela Ubisoft e cria um ambiente mais controlado e, eventualmente melhor aplicado.

O seu estilo

Se em Watch Dogs uma das queixas foi a falta de personalização do protagonista – aqui a Ubisoft entregou um caminhão de mudanças que vão proporcionar um sorriso no canto da boca de cada fã: é possível trocar a camisa, calça, tênis, óculos, mochila, boné, máscara – ou caso você queira uma arma personalizada o jogo introduz outra sacada muito interessante: impressoras 3D. Aqui você pode criar armas, drones, e outros com direito a personalização de cor, ou aprimoramento de detalhes mais técnicos.

Por fim, seu carro também pode ter um acabamento todo especial com direito a várias pinturas e calibragens que podem ser feitas facilmente.

Um narrativa ao maior estilo Mr.Robot engraçadão

A premissa é simples: afora há uma mega corporação que explora, sonega, controla informações e, nossos hacktivistas precisam parar isso – portanto o grupo de Marcus fica a cargo de desmascarar e colocar um fim nessa história. Mesmo parecendo clichê (e é), a história apresenta uma despretensão que combina com todo o tom do título, e a história se encaixa como uma luva tentando uma aproximação mais cômica e menos séria.

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Num geral o contraste entre missões principais e secundárias existe mas tudo culmina para que o jogador encontre objetivos divertidos e interessantes pela frente – portanto desde infiltrações em um prédio cheio de guardas, a enganar um empresário com gravações de áudio falsas, derrubar uma igreja de uma religião que extorque pessoas, a invadir a própria Ubisoft para conseguir um vazamento de seu próximo lançamento, a mesclagem de propostas são incrivelmente divertidas!

Um mundo para se compartilhar

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Com todos os aspectos acima citados, talvez algo ainda falte em toda essa equação: se divertir ao lado de um amigo. Pensando nisso, mais uma vez a Ubisoft volta a incorporar elementos multiplayer para que o mundo possa ser mais interessante do que já é: temos aqui então um modo livre onde você convida seu parceiro parar dar uma volta por aí – ou os objetivos “Operação Online” onde mais jogadores podem se juntar à sua causa.

Porém nem tudo é tão programado assim, e as invasões espontâneas voltam com um maior impacto: jogadores podem invadir outros – e isso pode acontecer em momentos cruciais – fazendo com que você pause seja lá o que estiver fazendo para dar atenção ao novo objetivo que estará estampado na tela. Se você morre, seus dados serão roubados – se você mata, garante a vitória na sessão.

Vale a pena?

Com uma jogabilidade totalmente reformulada, mais ágil, flexível, dinâmica, e consequentemente responsiva – até mesmo caso você tenha torcido o nariz com o justiceiro dramático Aiden Pierce, pedimos para você dê uma chance para Marcus.

Tudo está melhor encaixado, desde as missões principais às secundárias aos objetivos fora da trilha convencional; isso tudo com uma pegada mais leve, engraçada e despretensiosa.

Com uma evolução gigantesca se comparado com o polêmico primeiro título, Watch Dogs 2 não é isento de problemas – onde pudemos encontrar pequenos bugs e glitchs por aí, ou uma física um pouco problemática dos carros (mesmo que anos luz ao que vimos no passado).

Todavia, Watch Dogs 2 é justamente aquilo que promete: divertido.

Nota: 9.0

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