Análise – ‘For Honor’ é a celebração da arte da guerra

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Com altos e baixos, título apresenta sistema genuíno e crível de batalha tropeçando em falhas que empobrecem o resultado, mas não desfazendo sua glória pelas batalhas já vencidas.

Produzido pela Ubisoft Montreal e altamente aguardado mesmo após um período beta onde jogadores tiveram um pequeno sabor do que os espera em meio à carnificina e muito suor, For Honor veio para diversificar o portfólio da desenvolvedora francesa repleta de games de aventura e tiro em 1ª (ou 3ª) pessoa, que agora conta com um interessante ‘ponto fora da curva’ bebendo de várias fontes relevantes.

Não há como questionar: For Honor por si só é um exemplo de como a companhia quer provar seu valor e varrer velhos estigmas da mente dos jogadores.

Não, desta vez não houve downgrade nos visuais. E não, desta vez você não pode esperar por gráficos pesadosmecânicas quebradas ou bugs recorrentes que atrapalham sua imersão. O título se compromete muito mais em criar soluções estáveis do que propriamente prometer o que não pode cumprir, ou traçar metas a tão longo prazo que o game se pareça mais com um período beta do que um produto finalizado.

Jason dá detalhes sobre suas inspirações por trás de For Honor

Não há como também não mencionar o DNA de seu idealizador, Jason Vandenberghe, que literalmente fez o que pôde para trazer aos campos de batalha sua visão única proporcionando talvez um dos combates mais estratégicos e compassados que já vimos até agora com a mesma proposta. Unir Samurais, Vikings e Cavaleiros em um mesmo lugar é o sonho de muitos sendo realizado, e isso conta pontos.

Apresentação

Comentamos em nossa breve análise do período beta que um dos maiores chamarizes do título mora em seus belíssimos visuais – resultante de uma mesclagem de efeitos muito bem dosados que conseguem entregar até mesmo uma Aberração Cromática aceitável (aquele efeito de não focalização de luz e cores diferentes).

Com uma ambientação variada colocando o player em castelos, florestas, e templos japoneses – tudo aqui funciona muito bem. É fácil se encantar com tamanha qualidade e fidelidade nos personagens, cenários e sangue jorrado por todos estes; mais que isso, tudo é executado magistralmente entregando um desempenho estável (nos console à 30 fps) que te fará repensar se estamos realmente lidando com um game Ubisoft por aqui.

Protagonizando 3 facções que representam icônicos exércitos ao longo da história, temos os Legion, Chosen e Warborn. Respectivamente, os fieis Cavaleiros, resilientes Samurais e os implacáveis Vikings.

Dentre eles, há um leque de 12 heróis que trazem consigo habilidades e mecânicas originais – proporcionando uma longevidade maior, uma vez que as opções só expandem com o elenco.

Jogabilidade

Com uma atenção especial à física dos personagens, For Honor apresenta uma jogabilidade responsiva que embora não agrade a todos os jogadores à primeira vista, consegue cativar a longo prazo uma vez que nos habituamos com o combate.

Todos os personagens parecem ter um peso próprio, uma movimentação única e respostas diferentes que dão personalidade e uma certa singularidade muito bem vinda.

Aqui você irá: andar, correr e rolar. É possível atacar, porém toda ação fica inclusa no sistema ‘arte da batalha‘, que nada mais é que uma instancia especifica para embates – onde o jogo realmente brilha.

De forma simplificada: no modo de batalha, o jogo muda um pouco a movimentação adequando-a ao frenesi do embate; isso implica que você precisará ficar atento aos movimentos do adversário – e quando o momento do ataque acontecer, preste muita atenção à seta sinalizada por ele – indicando precisamente o ângulo em que ele atacará.

Aqui, temos à disposição a possibilidade de atacar por cima, e pelos dois lados (esquerdo e direito) – então ao mover o analógico ou o mouse até a posição, você pode atacar ou defender; se seu adversário não pressionar a mesma seta a tempo, ele recebe o dano.

E é nesse ritmo que as coisas esquentam – criando um ambiente bem diferente do que vemos em títulos hack and slash onde atacar desenfreadamente pode garantir a vitória. Aqui, você se decepcionará se adotar tal pratica.

Em adicional é possível quebrar a defesa do inimigo e criar mais brechas, evadindo um pouco do trincado combate que pode se instaurar.

Campanha

Infelizmente nem só de prazerosos sistemas e belíssimos visuais vive For Honor. Prometendo um modo campanha que deveria apresentar melhor a trama do título além de introduzir melhor cada facção – aqui não podemos esperar uma produção tal como aconteceu com Titanfall 2 – que sobrevive relativamente bem só com sua campanha.

For Honor traz três histórias que em dado momento se conectam. Você terá 5 horas que mostrarão facetas interessantes e até inusitadas que destoam um pouco do que acontece no multiplayer.

A história, no entanto, não deixa de ser rasa sem dar a devida motivação tão épica como esperávamos tendo em conta exércitos tão icônicos e tão instigantes.

O problema entra na facilidade em tudo se portar como ‘mais do mesmo’ – seja por sua estrutura que te fará atacar o mesmo padrão de inimigos, ou pela linearidade em que as coisas são apresentadas.

Ao final, a compensação vem em forma de equipamentos e alguns itens que podem ser usados no modo online, onde a diversão realmente acontece.

Multiplayer

Indiscutivelmente o prato principal, predominantemente usado em quase todos os materiais de divulgação, é o modo online. Tendo em vista isso, For Honor traz aos seus jogadores 3 modos gerais: Duelo e Briga, Mata-Mata e Domínio.

Cada um destes apresenta uma proposta única (e não tão inédita assim); virá poderá lutar contra inimigos controlados por I.A., entrar em rodadas de carnificina gratuita ao lado de 4 jogadores ao maior estilo deathmatch, ou, por fim dominar áreas no modo que mais leva a personalidade do game – o modo Domínio.

Neste modo você entra em um mapa relativamente extenso (para os padrões do próprio título) que te joga em um campo de batalha com direito a tropas atacando o time rival (que mais se portam como minions) além de objetivos que se centram na captura de território.

Avance suas tropas e ganhe pontos, conquiste um local e ganhe pontos, ou apenas mate rivais e tropas para coletar pontuações que são exibidas no canto superior – ganha quem mais tiver bem colocado.

Extremamente divertido nas primeiras partidas, tal modo une características importantes que conseguem por si só vender a alma do game. Muito embora as coisas funcionem bem – sentimos falta de mais variações – pontos que inclusive foram apresentados no modo campanha e que poderia voltar aqui.

Ao final das contas, sentimos que o game se perde ao entregar aquele ‘extra’ que nos faria sentir ainda mais confortáveis – entretanto, se tratando de um título que nasce no espectro da competitividade, For Honor deve receber atualizações que reforcem tais pontos.

Vale a pena?

Com uma proposta diferente, e introduzindo uma jogabilidade que te coloca como uma figura histórica que lhe imergirá em poucos segundos, For Honor é um título que capricha nas suas propostas – exibindo até mesmo um sistema básico de customização que deve ser apreciado por todos.

Às vezes contido demais em seus próprios conceitos, ao apresentar um modo off-line, online além de se adentrar por terrenos competitivos, sua pegada agrada e transmite o “aroma” da guerra muito bem.

Visualmente impecável, For Honor não é desprovido de problemas e esperamos muito que receba o devido tratamento da Ubisoft com o tempo. Ao final do dia, ele entrega ao que os jogadores mais procuram: ser um jogo divertido.

Nota: 8,5

‘For Honor’ já está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One

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