Análise – ‘Tom Clancy’s Ghost Recon Wildlands’ mistura “Narcos” e “GTA” com pitada de originalidade

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Categoria: Games, PC, PS4, Review, XBOX ONE

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Adicionando uma nova vertente à franquia Tom Clancy’s Ghost Recon, Wildlands busca inspiração dentro e fora do cenário de games parar criar o que a desenvolvedora sabe melhor: um mundo aberto cheio de possibilidades. Mas será que a proposta cola? Saiba agora mesmo!

Traficantes, narcóticos, cartéis, sangue, e tudo aquilo que você já deve estar acostumado caso tenha acompanhado duas temporadas de ‘Narcos’ (série original da Netflix) ilustram o tema aqui. Mas não se engane: há muito mais a ser explorado e trabalho, afinal, este é um legítimo Tom Clancy’s Ghost Recon. Então sim, “o tiro vai comer solto”.

Apresentação

Em Wildlands o jogador controla um agente do esquadrão Ghosts, um departamento de elite no exército dos Estados Unidos que precisa enfrentar de forma independente o cartel Santa Blanca, um dos maiorais que não só conseguiu ganhar terreno como influência de sobra – usando das mais variadas táticas que só o mestre Pablo Escobar poderia sugerir.

Ao adentrar no mundo de Wildlands, somos apresentados a um sistema de customização que nos dá opções interessantes o bastante para criarmos nosso avatar de forma significativa. Tudo pode ser modificado menos a estrutura do corpo, detalhe que não deve desapontar tanto tendo em vista a quantidade e qualidade de itens a serem adicionados ao nosso personagem.

Em partes o espectro do gênero de RPG dá as caras no título e isso enriquece à primeira vista levando em consideração que estamos tratando aqui de um game com grande apego ao modo online, que para alguns com certeza pode ser considerado seu principal chamariz.

De toda forma, é impossível não comentar sobre seus belíssimos visuais – construídos de forma legítima e com poucos “copy & paste” (copiar e colar) nos dando uma experiência revigorante a cada ambiente novo explorado. Estamos na Bolívia, e com 21 regiões, 11 ecossistemas diferentes e 26 chefões do crime espalhados por aí, podemos afirmar que sua jornada não será nada curta. Nem perto disso.

Divertido e imersivo acabam sendo palavras recorrentes aqui, que ganham um significado a mais nos primeiros minutos que sem dúvidas encantarão a maioria dos jogadores com a proposta de um game tão expansivo, mesmo que a experiência não seja tão bem conduzida em após algumas horas.

Como a missão principal é derrubar um cartel inteiro de Santa Blanca, você definitivamente não fará isso com alguns minutos – e no mapa do game temos um vislumbre bem esclarecedor sobre a situação: isso porque ao abri-lo temos a hierarquia do local, nos dando pistas de que  o ideal é começar com os personagens menos importante até adquirir informações necessárias até chegar no principal, El Sueno.

De toda forma, o título não faz muito diferente da “cartilha Ubisoft” no que diz respeito sua progressão, e isso necessariamente não é algo ruim. Você em síntese deverá realizar missões, subir de nível e assim realizar tarefas mais difíceis. Resgatar reféns, eliminar alvos, adquirir informações e preparar a abordagem certa são tópicos bem recorrentes que farão o jogador passar por momentos recheados de emoção ao lado de amigos ou personagens controlados pelo computador, que por sinal não incomodam tanto quando pensávamos.

Durante cerca de 50 horas invadindo, resgatando e espionando, você irá conseguir roupas maneiras, armas poderosas, customizar seu personagem no mínimo 3 vezes e seguir com estilo ao lado de seus amigos por chefes de regiões mais difíceis. Personalidade é a palavra certa para descrever o seu personagem; mas não é a melhor forma de descrever o jogo como o todo.

Dito isso, devemos abrir um grande parêntese sobre uma nuance que precisa ser dita: Wildlands é composto por 80% de personalidade e 20% de uma alma um tanto quanto vazia. Não entendeu? Nós lhe explicamos.

Explorando lugares belíssimos como Monte Puncu, P.N. de Agua Verde, Espiritu Santo, Tabacal, Media Luna, San Mated e outros locais será nítido a identidade e DNA impresso em tais cenários; porém os habitantes, e o andamento de tudo visto por uma forma mais orgânica acaba não sendo tão crível, resultando em comportamentos estranhos por parte de habitantes que frequentemente correm para a direção do perigo ou que não parecem ter uma rotina tão bem elaborada.

O detalha estraga a imersão? Não. Deixa o game menos divertido? Não necessariamente. Mas é importante aproximarmos análises para campos como este quando o game em questão se propõem a adentrar em um perigoso campo chamado “mundo aberto”.

Por fim, embora a Bolívia seja vibrante e recheada de perigos, a exploração tem seus pontos positivos e negativos; veículos parecer um tanto quanto artificiais demais uma vez que os controles são realmente imprevisíveis e difíceis de se manejar extrapolando até mesmo a física do jogo.

Ação cooperativa

Ainda sem a presença de um modo online, Ghost Recon Wildlands dá a possibilidade de jogar em um grupo de 4 jogadores no total todo o modo história. Seja convidando seus amigos pessoais ou solicitando jogadores mundiais para entrar em sua aventura, tudo é feito através de poucos botões no menu – e melhor, sem grandes complicações.

De fato, a ação em conjunto é o coração do game, e você não deve negligenciar este fato. Você pode perde momentos memoráveis como estes:

Perguntas e respostas

As missões são realmente divertidas? 

As missões são variadas de acordo com sua temática Por estarmos lidando com um conteúdo militar, algumas missões são destacadas como “eliminar algum alvo entrando em base inimiga”, ou até mesmo “ter que levar esta pessoa para um local seguro para fazer um interrogatório e adquirir alguma informação importante sobre alguém do cartel”. As missões desafiadoras geralmente são as de Resgate, onde vale a pena utilizar os rebeldes a seu favor pois com essa distração, você e seu time se infiltra na base e consegue realizar o resgate de helicóptero por exemplo.

A jogabilidade de Wildlands realmente é tão interessante assim?

A jogabilidade é um tanto quanto fluida. Tanto mirar quando se locomover funciona muito bem até em situações extremas. Entretanto, a ressalva fica por conta da falta de um botão dedicado para o pulo, aspecto que aumentaria ainda mais possibilidades. Aqui, temos um botão específico para escalar, mas que acaba sendo um pouco trucando subtraindo um pouco do que funciona tão bem no momento de tiroteio.

Como o jogo se porta graficamente? É superior a outros da companhia?

Aparentemente este game não sofreu downgrade em relação ao conteúdo mostrado durante sua produção. O mapa é realmente grande e existem locais em que a viagem rápida ou a utilização de helicópteros são indispensáveis. Para chegar de ponta a ponta do mapa com veículos terrestres, você vai fazer uma bela de uma viagem. O ponto de destaque aqui fica por conta de suas variações climáticas; jogar em um ambiente chuvoso aumenta sua probabilidades de uma investida silenciosa uma vez que a chuva abafa os passos. A noite, os NPCs também tem visão reduzida o que cria um ambiente repleto de possibilidades que podem ou não ser exploradas pelos jogadores.

Como funciona o sistema de classes?

Wildlands confia no jogador para decidir como será seu personagem e como ele deverá se portar em várias situações diferentes. Portanto não existe um sistema claro de classes, uma vez que a customização e evolução de habilidades cria sempre maneiras novas de adequar seu soldado as diversas missões que sempre às vezes exigem um pensamento estratégico mais apurado.

Vale lembrar que cada chefe de cartel vencido lhe recompensa com uma arma icônica usada por ele e vários pontos que podem ser distribuídos da forma que o jogador preferir. É importante frisar que XP não é tudo por aqui, e suprimentos durante sua exploração também lhe renderão mais formar de conseguir equipamentos ou melhorar sua progressão.

O mapa consegue distribuir bem as atividades? 

Cada região apresenta aos jogadores panoramas diferentes com climas e sentimentos diferentes. Existem locais cobertos por gelo, ambientes áridos ou até densas florestas presentes na América do Sul. A diversidade não só adiciona uma camada a mais de estratégia mudando drasticamente abordagens como também revigora a experiência como um todo, diminuindo a saturação após longos períodos de jogatina.

O Jogo se torna repetitivo com o tempo?

Sem dúvida essa é uma pergunta que assombra não só títulos da Ubisoft como de toda industria. A divulgação de Wildlands através de vídeos e fotos nos venderam uma experiência revigorante e repleta de liberdade. E o que nós recebemos ao final das contas não é tão distante disso: explorar, descobrir, e realizar missões pré-definidas criam facetas interessantes; e o melhor, o jogador realmente tem o controle sobre todas as escolhas o que torna tudo mais legal. Evidentemente a aventura com certeza pode ser tornar repetitiva para alguns, mas a desenvolvedora ao menos tentou criar um ecossistema de atividades que traga diversidade.

Vale a pena?

Entregando aos jogadores um título que cumpre o que promete, Wildlands consegue a proeza de criar cenários belos e enchê-los com atividades que devem satisfazer jogadores por longos períodos.  Unindo isso a uma jogabilidade responsiva e visuais que fazem jus à nova geração, se sua praia é explodir tudo com os amigos ou manter a estratégia em primeiro lugar, é sua hora de preparar as malas porque a Bolívia e seu extenso cartel lhe aguarda para momentos de muita adrenalina.

Todavia, não se esqueça: o game não é perfeito, tem problemas que podem tornar a aventura um tanto quanto enfadonha ou “truncada” em certos pontos, que se atenuam com os veículos terrestres. O lado bom: a grande maioria dos problemas pode ser corrigida com atualizações.

Nota: 8.0

‘Tom Clancy’s Ghost Recon Wildlands’ está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One

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