Análise: ToeJam & Earl: Back in the Groove é volta à nostalgia da forma correta

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Categoria: Games, Nintendo Switch, PC, PS4, Review, XBOX ONE

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Se tratando de uma franquia originalmente lançada em 1991 para Mega Drive aproveitando-se de conceitos da aleatoriedade do sub-gênero Roguelike, ‘ToeJam & Earl: Back in the Groove’ é uma celebração à nostalgia e ao despretensiosismo inserido no conceito certo.

Gênero: Ação

Desenvolvedora:  HumaNature Studios

Testado na plataforma: PlayStation 4

Margem de preço: R$ 74,95

Lançamento: 1 de março, 2019

 

“Trama de preso”

Embalando uma paródia cultura urbana dos anos 90, aqui assumimos o controle dos icônicos alienígenas estilosos ToeJam e Earl com a também volta das personagens Latisha e Lewanda (calma, se você não estiver entendendo nada – vamos chegar lá).  

Após uma campanha bem sucedida na plataforma de crowdfunding Kickstarter, aqui somos reapresentados (caso você conheça a série) a tudo aquilo que amamos nos títulos clássicos: plataformas recheadas de desafios engraçados, personagens pra lá de estranhos inspirados na cultura POP e aquela pitada de humor pastelão que só a série pode proporcionar.

Com uma cara de remaster, mas que se propõe a ir além, Back in the Groove é o típico game “senta e vai” que lhe fará tentar vencê-lo em uma ‘sentada’ por trazer um objetivo final tão palatável, e ele não é nenhum mistério.

A história é a seguinte: alienígenas aficionados por hip-hop resolvem dar uma passada na terra com sua nave roubada, e de quebra decidem animar as coisas apresentando Funk à humanidade. As coisas saem um pouco do controle, quando Earl pressiona um botão errado e inicia a função que gera um buraco negro e… suga a terra.

Deste ponto em diante, o objetivo do grupo é salvar o planeta e recuperar sua nave (parte por parte), remontá-la e zarpar dali para o planeta natal o mais rápido possível antes que o dono perceba o roubo.

Apresentação visual

Sem medo de abraçar o retrô e adotando um visual mais cartunesco vibrante em cores sendo acompanhado por uma câmera isométrica, a estética lembra bastante um desenho animado da década de 90 – se não fosse pelos terrenos tridimensional que por vezes podem destoar dos lisos visuais adotados em todo o resto.

1991/2019

Se comparado aos títulos clássicos, temos um toque estético bem trabalhado mas que pode não trazer o mesmo carisma que os títulos em pixel-art de outrora. É importante também comentar que não há tanta diversidade no que diz respeito aos cenários, o que por outro lado não é um demérito tão grande já que estamos tratando aqui de um título que tem por volta de suas 2 horas de conteúdo.

Jogabilidade 

 

Chegando a um dos pontos cruciais do título, o que podemos esperar do gameplay de Back in the Groove? Para os que não estão familiarizados com a série, sem dúvida você terá várias razões para estranhas as mecânicas adotadas aqui. Mas por uma razão justificável.

ToeJam é diferente, e isso é refletido em vários aspectos os quais vemos logo em seu início. Por exemplo: Por se tratar fundamentalmente de um plataformer rogue-like, você passará grande parte do seu tempo tentando se esquivar dos inimigos enquanto coleta presentes e prossegue sempre com um ritmo cauteloso.

Então, você deve ficar atento ao número de vidas do personagem que escolheu – porque se perder todas as vidas, é game-over na certa! E aí… você terá que recomeçar do início. É, bem igual aos títulos clássicos.

Portanto, devemos usar todos os recursos e realizar todos os mini-games disponíveis coletando experiência, e aumentando os atributos dos personagens, dando aos personagens mais sobrevida nas fases.

No entanto talvez um dos pontos mais estranhos para o novatos seja a falta de um botão de ataque logo no início e a também ausência de formas de se locomover mais rápido – mas é justamente aí que mora a graça da brincadeira. 

 

“Presente do capeta”

Através dos Presentes (talvez a mecânica mais importante aqui), itens que encontramos nos cenários, ganhamos de forma aleatória mais possibilidades (sejam boas, sejam ruins). Há presentes que te permitem voar, andar de patinete pelo mapa até os mais galhofas como peidar por aí e acabar com todos os inimigos. Não se engane: os presentes de grego também estão inclusos como aqueles que podem reduzir o nível do jogador, apagar as luzes do cenário e até aumentar os inimigos no mapa aumentando assim a dificuldade. É estranho, confesso, mas a ideia é justamente essa.

Tá, mas o que exatamente eu faço em Back in The Groove? Você precisa encontrar pedaços da nave despedaçada e remontá-la. Tais pedaços estão localizados nos mais diversos locais de cada mapa, então nem precisamos falar que a exploração é essencial aqui, né? Durante os 25 níveis presentes, um dos maiores méritos por trás do título está justamente na capacidade em trazer algo diferente e tão estranho das fórmulas hoje presentes no mercado.

Em certos cenários você encontrará por aí agentes ao maior estilo MIB – Homens de Preto, que irão desesperadamente correr atrás de você, e, ao primeiro contato trocarão todos os seus presentes por outros totalmente aleatórios; em outros, você deverá correr de cobradores de impostos que tomarão todo seu dinheiro ao primeiro toque (baseado em fatos reais).

Permitindo coop local e online, sentimos que aqui tal aspecto ganha importância redobrada! Embora a curva de dificuldade nas fases não seja tão grande, tudo fica extremamente mais divertido com a ajuda de outros jogadores – o que totalizará 4 ao máximo na mesma fase. Ver companheiros utilizando Presentes e até criando um ambiente mais caótico torna a experiência realmente divertida e tornam momentos outrora simplórios, memoráveis.

 

Som

‘ToeJam & Earl: Back in the Groove’ assim com o primeiro jogo da série, não falha ao apresentar uma trilha sonora com o melhor do funk e hip-hop dos anos 80/90. O gênero musical reflete diretamente nos diálogos divertidos e cheios de bordões da época além do estilo dos personagens (rappers alienígenas).

O baixo é o instrumento mais presente no jogo que tem suas raízes no jazz e blues, com faixas exclusivas criadas por John Baker e Greg Johnson, pensadas para assim como os visuais, trazer aquele sentimento de nostalgia da época. Confira a trilha sonora:

  • Pontos altos até aqui: trilha sonora no ponto, jogabilidade divertida e simples.
  • Pontos baixos até aqui: fases e inimigos repetitivos.

Momentos Memoráveis

Após 16 fases, eis que no modo cooperativo meu parceiro morreu deixando-me só no cenário. O que não contava como possível, é que ele pudesse me atormentar mesmo morto! Seu espírito pode vagar pelo mapa e… jogar presentes e itens importantes para longe; até há a possibilidade de assombrar certos inimigos, mas certamente o pior aconteceu. Fui assombrada pelo meu próprio parceiro, e o resultado disso foi um regresso à primeira fase. Ódio.

‘ToeJam & Earl: Back in the Groove’ é um clássico remasterizado que embora seja uma nova entrada para a franquia colhe demais dos frutos do passado e até deixa de aproveitar ao máximo atributos que fizeram do clássico uma memória tão agradável.  Mapas menores, efeitos sonoros menos memoráveis podem ofuscar saudosistas. Por outro lado: com uma personalidade latente, segredos e um modo cooperativo pra lá de gostoso, a diversão é no mínimo garantida

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