Análise – ‘Zombi’ é um título subestimado de sobrevivência

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Categoria: PC, PS4, XBOX ONE

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Lançado originalmente para Wii U em Novembro de 2012, na ocasião apenas uma certa fatia de jogadores (que obtinham o console) puderam vislumbrar os terrores da Londres tomada pelo vírus que transforma homens e mulheres em mortos-vivos altamente letais – e agora, após ter sido lançado para as demais plataformas da   nova geração.. eis o que você encontrará em sua jornada!

POST_SAIBAMAIS

Desenvolvido e publicado pela Ubisoft, Zombi (sem o “U”) apresenta uma proposta não tão inovadora assim, na trama:

“Há 400 anos, o astrônomo galês John Dee criou uma profecia apocalíptica chamada de “The Black Prophecy” (“A Profecia Negra”), que viria a ocorrer em 2012. O “Prepper”, um ex-membro do exército, antecipa o apocalipse e se prepara, enquanto que uma sociedade secreta conhecida como Ravens of Dee estuda suas previsões em busca de um modo de impedi-las de ocorrer. Em novembro de 2012, a Black Prophecy começa como uma epidemia zumbi em Londres, Inglaterra. Os sobreviventes se refugiam no abrigo do Prepper, e um deles, o jogador, é escolhido para enfrentar os zumbis, com ajuda da líder dos Ravens, Sondra. Enquanto isso, um dos doutores da Rainha, Dr. Knight, busca pela panaceia do Palácio de Buckingham.”

E é justamente na premissa do “apocalipse zumbi” que nós somos jogados em ambientes devastados e sinistros onde a sobrevivência é a única saída. Em Zombi, somos apresentados a personagens aleatórios que não necessariamente carregam habilidades especiais ou grandes preparações para o catastrófico acontecimento (tirando alguns ícones da narrativa, evidentemente). Policiais, professores, militares, professores, repórteres. Estes e outros são os perfis de quem controlaremos durante nossa aventura.

Acredite, você vai morrer.. muito.

E não é difícil compreender o motivo: Por algum leve descuido você foi atacado e não conseguiu fugir ou se defender a tempo? É o fim da linha. Neste ponto, percebemos grandes inspirações utilizadas pelos desenvolvedores para criar não só mais um survival-horror com a já conhecidíssima história de fundo contendo os icônicos zumbis.

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Se você morrer todo o seu inventário também fica com o antigo sobrevivente! Quer mais? Então prepare-se pois, caso você queira aquela pistola cheia de munição de volta.. você precisará voltar ao lugar e aniquilar o seu “antigo eu” (sinalizado por uma áurea vermelha).

ZOMBI 2

Sem suco de laranja para você

Zombi não tenta segurar a mão do jogador com checkpoints fáceis, loots de armas e munições à todo momento, além de regalias que encontramos em vários títulos do sub-gênero, e essa característica única não só engrandece a experiência como a coloca em um patamar de imersão bem distante dos demais games que encontramos por aí.

Mais que isso: podemos afirmar categoricamente que o estúdio Montpellier, da Ubisoft, escolheu as inspirações certas para definir o tom de sua produção. E sem sombra de dúvidas a consagrada série Souls (Demon Souls, Dark Souls) da From Software foi a optada para a relação que só trouxe adições.

Dos cenários interconectados às várias nuances que nos mostram como a dificuldade também pode ser usada para imergir (se colocada da maneira correta), o conceito de “morte-permanente” unidos à troca de sobreviventes e o sentimento do jogador ao trafegar pelas ruas de Londres, passando por metrôs, mercados, castelos, e ruas fechadas ao maior estilo apocalíptico, é quase impossível não se sentir desconfortável e ao mesmo tempo feliz com a nostalgia que bate a porta e está frente aos seus olhos.

ZOMBI 1

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Pois é. Estamos diante aqui de um daqueles games que, embora esteja longe da perfeição, consegue se estabelecer nos explodindo em nostalgia. Você se lembra daquele feeling em estar na devastada Raccoon City no clássico Resident Evil 2? Aquelas ruas? Aquela música? Aquele ar? Aqueles zumbis e toda a atmosfera te oprimindo ao máximo? É disso que estou falando!

Sair do jogo à hora que eu quiser? Bem..

Infelizmente, um de seus grandes trunfos imersivos também pode frustrar o jogador: nós estamos falando do sistema de salvamento. Sim! Até mesmo salvar pode se torna uma tarefa difícil já que não existe uma opção referente somente apertando algum botão de pausa; mais uma vez influenciado pela fórmula Resident Evil, para que seu progresso seja guardado você precisará voltar a um de seus abrigos e literalmente dormir, o que faz com que o jogo interprete sua noite de sono como um ponto a ser salvo.

Porém.. em vários momentos onde você precisa parar de jogar e está muito longe de algum ponto para a “soneca”, o sistema pode te deixar bastante furioso. Acredite.

A narrativa também consegue cativar, mas com poucas ressalvas – o que inclui um final que deixará os jogadores com um breve momento de “wow..”. Portanto, embora tenhamos de fato vários objetivos a serem completados, não espere por grandes missões paralelas ao plot. Algo que vai contra à fórmula proposta por Dead Island, por exemplo; você é um sobrevivente, e terá que fazer tudo que envolva sair daquele terrível lugar, ponto.

Graficamente Zombi condiz muito com o seu ano de lançamento (2012) e, embora mesmo em sua época ele não ser o game mais bonito da redondeza.. o filtro visual utilizado pela produtora o deixa mais elegante transmitindo uma estética única. E isso, faz diferença.

Jogabilidade

Com uma movimentação lenta e um sistema de fadiga que certamente lhe fará repensar quando correr ou não nos vários becos e construções repletos de zumbis, aqui nós temos uma execução satisfatória que deixará ao encargo do jogador pensar muito bem sua abordagem.

Agradeça ao belíssimo bem implementado sistema de Scanner, que mais funciona como um localizador de zumbis detectando-os em uma área especifica, além de podermos usá-lo para resolver puzzles, destrancar portas e hackear câmeras que liberam uma visão melhor do mapa.

Posso me assustar com isso? Sim

Mas indiscutivelmente é imprescindível comentarmos sobre uma das características que mais faz o jogo brilhar: a sua trilha. Com grunhidos bizarros, barulhos e sons de portas sendo arrombadas por zumbis, passos, explosões e muito mais – podemos dizer facilmente que na maioria das vezes seu maior inimigo não são nem os mortos-vivos, e sim o som emitido pelos mesmos. É assustador!

Pontos positivos

  • Altamente imersivo
  • Trilha sonora de arrepiar
  • Jogabilidade responsiva
  • Campanha longa e interessante

Pontos negativos

  • Bugs
  • Sistema de salvamento frustrante para alguns
  • Sem recursos online, presentes na versão original para Wii U

Vale a pena?

No geral, Zombi é um daqueles títulos que não podem passar despercebidos pelos fãs de terror. Com uma variedade boa em armas, uma grande longevidade e desafios que lhe farão repensar sua abordagem, a Ubisoft mostrou (a todos que não testaram o título no Wii U) que sabe nos fazer b#rrar nas calças. Como ponto negativo, podemos citar os bugs que podem atrapalhar sua evolução durante a história, mas nada que lhe faça literalmente parar.

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