[Crítica] Não, ‘Noé’ não é só mais um filme bíblico

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Categoria: Artigos, Filmes

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Noé, novo filme do cineasta Darren Aronofsky (Cisne Negro) é uma crítica feroz a sociedade e ao mundo em que vivemos hoje. Mas a real pergunta que eu fiz quando entrei naquela sala de cinema foi: esse filme irá conseguir passar isso?

Cast

SPOILER

É errado pensar que no filme, o telespectador será apresentando a já conhecida história bíblica sobre o dilúvio, por um lado sim, o telespectador pode até mesmo achar que sabe a qual destino os personagens principais estão fadados, mas quando os créditos inicias do filme começam a contar a história, você vê que tem muito mais ali, então se arrume na poltrona e se prepare para o que está por vir.

ZOOM

Invés de sermos jogados diretamente à história de Noé (Russell Crowe), nos é contada lenda de Adão e Eva, mas essas duas personagens não importam muito, já que a trama gira em torno não somente dos sobreviventes da grande enchente mas sim em torno da história de traição entre os três irmãos Caim que matou Abel e Set . Assim o diretor escolheu dividir o mundo em duas partes ou facções, os descendentes de Caim que envenenam o mundo com suas cidades e os descendentes de Set, que continuaram a espalhar a palavra do Senhor. Passada a sequência de abertura, logo de cara somos apresentados a um Noé criança e seu pai que estava a lhe contar esta história, passando a tocha para o escolhido que deveria narrar o mesmo conto a seus filhos quando a hora fosse propícia.

ABORDAGEM

O filme, escolheu abordagem mais mistíca, explicando que Noé e sua família não conseguiriam ter construído a arca sozinhos, assim com não seriam capazes de manter todos os animais calmos durante a tormenta, então o roteiro arrumou uma saída um tanto quanto inteligente, usando o subterfúgio de que a esposa de Noé consegue administrar soníferos nos animais, sendo assim, eles ganharam a ajuda dos Guardiões, seres divinos que cuidavam de Adão, mas que ao desobedecerem uma ordem de Deus foram castigados a permanecer na Terra, tendo o seu brilho aprisionado em rochas, o que os torna em gigantes colossais compostos por pedras que ajudam o protagonista a construir um meio de sobrevivência.

ÁPICE

Nas cenas antes do dilúvio, Noé visita o acampamento inimigo e nota que não importa, ninguém deve sobreviver, pois no fundo o ser humano não é inocente, acreditando assim que a sua missão era somente salvar os animais, dando fortes dicas de que aquilo não se referia somente a sua situação, mas sim a que nós estamos.

STOP

O filme peca em tentar se transformar em um blockbuster, nos apresentando péssimas sequências de ação, que nada agregam a suas personagens, assim como o esperado momento do dilúvio, que é resumido em basicamente duas cenas, cada uma com uns três minutos de duração, acredito que Aronofsky decidiu abordar a tempestade assim para se focar na parte emocional das personagens e no que elas estariam passando por conta de tudo aquilo. Um pequeno erro que dito assim não parece nada, mas que compromete muito o filme, já que essa é a causa para que Noé construa a arca e que haja uma “guerra” entre a sua família e os descendentes de Caim. O filme deveria ter se mantido na mensagem ambientalista ao invés de tentar virar um filme de ação.

VEREDICTO FINAL

O filme nos faz pensar sobre o caminho que estamos traçando para nosso mundo, a humanidade que nos resta e do que somos capazes, e nos mostra que nós acima de tudo temos total controle sobre praticamente tudo o que nos rodeia, só temos de tomar a decisão de controlá-las, e não acreditar que somos apenas soldados na linha de frente por uma causa maior, e que na verdade, a escolha assim como a consequência está em nossas mãos.

CURIOSIDADE

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