[Crítica] O primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2014 foi regado de sol e bons shows

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Categoria: Artigos, Eventos

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São Paulo, Sábado, 5 de abril, um calor de 30ºC acompanhava a multidão que se dirigia de todas as formas possíveis ao Autodrómo de Interlagos para o primeiro dia do festival Lollapalooza, que ocorreu pela terceira vez aqui na capital paulista.

Cage The Elephant

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Cheguei atrasado no local do festival, portanto não consegui assistir a alguns shows, mas tudo isso foi compensando quando a banda Cage The Elephant fez sua entrada no palco Onix. A banda de rock americana, liderada pelo vocalista Matt Shultz abriu o show com “Spiders In My Head”, um dos maiores sucessos do novo álbum da banda, Melophobia, que foi lançado ano passado. Logo de cara, era possível ver toda a energia e presença de palco que a banda passa até mesmo em vídeos, Shultz era uma força da natureza ontem, conseguindo animar todo o público, até mesmo aqueles que assistiam o show mais de longe.

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Matt Shultz, vocalista do Cage The Elephant

Com frases simpáticas, e um set-list impecávelCage The Elephant fechou seu show com Matt Shultz subindo em um dos andaimes de iluminação bem próximo de onde eu estava e se sentando em uma das tendas do controle de câmeras, onde permaneceu acenando para a sua fervorosa plateia, e só se retirando após um dos técnicos virem chamá-lo.

Julian Casablancas

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Com o fim deste show, fiz meu caminho ao palco Skol o segundo palco principal, juntamente com o Onix, do qual já falamos. Eu queria muito assistir ao show de Julian Casablancas, com a esperança de que com que sua vinda solo para o Brasil, o vocalista tocasse sucessos de sua banda The Strokes, porém eu estava terrivelmente enganado, ao chegar no palco, o público estava terrivelmente desanimado, a não ser por pequenos grupos aqui e ali que demonstravam interesse no show. Com Casablancas gritando a ponto de fazê-lo parecer um vocalista de banda de metal, e com o som extremamente desregulado e estridente, eu deixei o show e fui me sentar, com um sentimento de desapontamento.

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Julian Casablancas

Imagine Dragons

De volta ao palco Onix, onde esperei por aproximadamente vinte minutos pela entrada da banda americana Imagine Dragons que foi ovacionada pelo público, acompanhei o show de longe, meio alheio a banda, já que não sou um fã, e só conhecia suas músicas mais famosas, mesmo assim, a banda de indie rock liderada pelo vocalista Dan Reynolds conseguiu me empolgar e me fez pular em algumas músicas.

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Vocalista do Imagine Dragons, Dan Raynolds, dança com a bandeira brasileira

Em um show marcado pela comoção, o Imagine Dragons arrastou praticamente todo o público do festival para seu espetáculo, que encerra a turnê da banda na América Latina. Podemos dizer que o grupo, em sua primeira passagem por terras tupiniquins fez um show esperto, animado e envolvente, mesmo para aqueles estranhos ao trabalho deles, pontuando o show com o carisma inegável de todos os integrantes da banda e encerrando o espetáculo com seu maior sucesso, “Radioactive“, o que fez com que todos os telespectadores pulassem do começo ao fim da música, dando a impressão de que o chão do Autodrómo de Interlagos tremia sob meus pés. Agora é hora da banda trabalhar em seu segundo disco e quem sabe fazer mais um show aqui no Brasil.

Phoenix

Voltei ao palco Skol, onde permaneci pelo resto da noite, eu achei que conseguiria pegar o começo do show da banda francesa Phoenix, mas eu estava terrivelmente enganado, parecia que todas as pessoas presentes no local também queriam ir ver o show e já garantir seu lugar para a apresentação mais aguardada da noite, sendo assim, demorei cerca de vinte minutos para chegar ao palco, perdendo a música de abertura da banda e tendo de pular uma das cercas de proteção para conseguir chegar mais rápido e não dar a volta.

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Thomas Mars, vocalista do Phoenix em primeiro plano

Achei que poucas pessoas conheciam Phoenix, mas é inegável que mesmo quem não conhecia se agradou com o som da banda e depois de pouco tempo já estava dançando em todas as músicas, como se tivessem ouvido aqueles refrões durante muito tempo em suas vidas. Porém, foi só em “1901” que todos cantaram em uníssono, fazendo um enorme coro no refrão da música e animando ainda mais os integrantes do grupo.

Assim como o vocalista do Cage The ElephantThomas Mars, vocalista do Phoenix, se jogou no público e subiu em uma das torres de iluminação, o que só fez com que todos fossem ainda mais a loucura e assim, com o final de um show incrível, a espera por Muse começou.

Muse

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Uma multidão de pessoas, alguns dizem que 40 mil pessoas estavam assistindo ao último show do dia no festival, e posso dizer que acredito nessa pesquisa, já que fiquei prensado por um mar de telespectadores ansiosos, porém em uma posição confortável e perto do palco, onde os ingleses se apresentaram.

Muse fez um show marcado pela interação com os fãs, o que foi muito bom, pois apesar de Matt Belamy estar extremamente rouco e exaurido no palco, isso não foi um problema, já que o público cantou e pulou durante o show inteiro, gritando a cada riff que o líder do trio fazia em sua chamativa guitarra.

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Matt Belamy

É inegável que o cover de Nirvana feito pela banda foi uma sacada de gênio, já que todos, até mesmo os não fãs da banda como eu, cantaram que nem loucos a letra de “Lithium“, o que fez Belamy esboçar um pequeno sorriso, assim como em todas as vezes que o vocalista tinha de alcançar uma nota mais aguda e sua garganta, que estava prejudicada, não o deixava e o público cantava por ele.

Foi assim que o dia acabou, com um ótimo show e um set-list composto pelos maiores sucessos do Museque com certeza agradaram a todos, e principalmente aos fãs. Parece que não teremos de esperar muito pelo retorno da banda, já que baterista, Dominic Howard disse que podemos esperá-los ano que vem.

Lollapalooza

Sem nenhum atraso dos shows, a mudança de local do Lollapalooza pode ter sido o que mais afetou o festival, já que o Autodrómo é imenso, o que fez com que a caminhada de um palco até o outro parecesse com uma penitência. O uso de banheiros químicos também é um ponto a ser questionado, por conta da higiene e das enormes filas que muitas vezes venciam a dos quiosques de alimentação. Mas no geral, o festival cumpriu suas promessas, trazendo boas bandas para o solo brasileiro e alegrando o público que não pareceu se importar com o calor e aproveitou o dia ao máximo.

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